sábado, 23 de janeiro de 2010

Relutância.

Hoje ao acordar, preparei meu café e sintonizei a rádio como de costume. Demorei uns cinco minutos até encontrar uma rádio descente. Escutei umas duas ou três músicas enquanto comia. Acabando a música do Coldplay, começou a tocar um sertanejo. Quando fui trocar a rádio como fazia habitualmente, percebi algo de diferente. Algo que por algum motivo, fez despertar minha curiosidade por aquela música. Decidi então escutá-la. Não me lembro da letra com exatidão e nem reconheci a voz da cantora, mas os trechos mais marcantes da música são mais ou menos assim: “Não peguei seu endereço nem seu telefone. No MSN você não apareceu. Aquele beijo roubado que você me deu, mil vezes mais forte o meu coração bateu. Preciso te encontrar, preciso te encontrar”. Aquela música me fez lembrar uma pessoa. E para minha surpresa, aquela letra soava em meus ouvidos com a magnitude de um poema shakespeariano. A letra em sintonia com uma melodia... Ah, pouco me importava a melodia! O que me deixava intrigado era a pessoa em quem eu pensava. Uma pessoa que eu jamais imaginaria lembrar naquele momento. Na verdade, nem a conheço direito. Isso tudo não me era nem um pouco confortável. Não me acostumava à idéia de sentir o que eu senti. Muito menos logo pela manhã! Sentia um frio na barriga, uma vontade repentina de estar perto, de ter notícias. Fiquei assustado. Que medo de mim mesmo! Só posso estar sonhando! – refletia enquanto lavava a louça que havia sujado -. Me apaixonar era o que eu menos quero e preciso nesse momento da minha vida. A única vantagem seria os meus posts que teria uma melhora considerável! Mas definitivamente, eu estava tendo um dia muito estranho. Tentava me concentrar em outras coisas, mas era como se a música repercutisse o tempo todo na minha cabeça: “Preciso te encontrar, preciso te encontrar, preciso te encontrar”... Ao longo do dia concluí minhas atividades rotineiras, mas me peguei pelo menos umas quatro vezes pensando e cantarolando a tal música e, consequentemente, pensando na tal pessoa. Mais tarde fui à academia como de costume, mas dessa vez com uma expectativa a mais. Minha excitação era maior que a minha vontade de malhar. A música parecia ir aumentando de intensidade na minha cabeça: “Preciso te encontrar, preciso te encontrar, preciso te encontrar”. Já estava me deixando paranóico. Normalmente eu sentiria medo. Medo de me apaixonar. Mas dessa vez não. Foi diferente. Não tinha receio, não tinha vergonha. A única coisa que eu conseguia sentir era uma vontade pertubante de ouvir a voz, sentir o cheiro, ver o sorriso. Ao mesmo tempo em que procurava isolar meu pensamento, as lembranças invadiam minha mente como flashes que pouco a pouco se culminavam no mesmo ponto: um gosto de ‘quero mais’ que parecia não ter fim. Bom, são exatamente 3 horas da manhã do dia seguinte e ainda estou coma tal música na minha cabeça. E a tal pessoa também. E por incrível que pareça, nesse exato momento a música acaba de tocar novamente na rádio. Vou tentar dormir agora. Só espero que essa música não tenha tocado em vão, que meu desejo não tenha sido em vão e que mais uma vez, eu não esteja relutando em vão.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Por Você...

Por Você que eu desconheço,
Mudaria minha rotina, mudaria minhas ações.
Apostaria no impossível, me entregaria ao incerto.
Por Você,
Diria o SIM mais verdadeiro que um dia poderia imaginar,
Desejaria todos os dias ouvir a mesma voz ao acordar.
Perderia o fôlego a cada beijo. Em todos eles.
Por Você,
Viveria em somente um dos extremos e conheceria o ápice da fidelidade.
Teria orgasmos e mais orgasmos de amor.
Desfrutaria do gozo mais intenso que um dia poderia imaginar sentir.
Por Você,
Eu mudaria o mundo; seria o seu mundo.
Pintaria a Terra de rosa e ressuscitaria o Papai Noel.
Entregaria-me por inteiro, atingiria a perfeição.
Por Você, só por Você.
Por Você que eu desconheço...

Cadê Você, PORRA ?!

[re] COMEÇO...

Estive pensando no tem a do texto com o qual iniciaria o meu blog. Vieram-me à cabeça algumas opções... Poderia falar sobre mim ou sobre o modo como vejo a vida. Ou talvez sobre minhas angústias, meus medos, minhas incertezas, minhas expectativas, ou até mesmo sobre meus relacionamentos frustrados. Logo de cara desconsiderei todas aquelas opções. Não sabia ao certo o que me inspirava a escrever naquela noite. Achava ousado demais escrever de mim ou de minhas convicções e pouco prudente escrever sobre minhas angústias, medos, incertezas e expectativas. Então, sobre o que escreveria? Sobre meus relacionamentos frustrados? Não; previsível demais. Afinal, esse é o tema preferido da maioria. Mas por que não ser ousado, por que não ser imprudente, por que não ser previsível se o que eu queria mesmo era escrever? A única coisa pela qual eu realmente prezava naquele momento era a originalidade. Queria inovar, queria ser eu mesmo, queria a minha identidade naquelas folhas. Então, decidi começar. Comecei a escrever sobre o que eu estava sentindo naquele momento. E o que eu sentia, era sede. Sede de mudança. Analisava minha vida e constatava a bela porcaria em que eu estava me tornando. Foi como se por um momento, eu pudesse resgatar um pouco de mim mesmo. Era como se eu analisasse de fora. Não acreditava ser eu. E ao mesmo tempo, eu nunca havia sido tão eu. Parecia estar em estado de transe. Percebia coisas, antes imperceptíveis. Via a fragilidade da linha que separava o querer, do fazer. Via que minha mente não estava em sintonia com o meu corpo. Minha mente caminhava em uma direção, e meu corpo na direção oposta. Achava resposta para as perguntas mais pertinentes. Via que a possibilidade de eu funcionar naquelas condições era quase nula. Precisava fazer alguma coisa, mas não sabia o que. Então resolvi me desafiar, estabelecer metas, rever conceitos e preconceitos. Iniciar uma etapa de transição na minha vida. Por conseguinte, pensei na fase em que eu estava vivendo, ou começaria a viver. Percebi um recomeço. Eu tinha a oportunidade de recomeçar. Percebi o quão valioso era tudo aquilo. Por isso hoje, começo muitas coisas em minha vida. Começo uma vida mais consciente, com novas convicções, novas opções, novos sonhos, novos objetivos, novas estratégias, e principalmente, começo meu novo blog: [re] COMEÇO.